Ponto São Sebastião

Encanto Nagô

Ciência Oculta da Umbanda e do Omolocô

Ano I Edição nº 3 Outubro/2016

Ponto Caboclo Sete Flechas

Uma publicação do Templo de Umbanda São Sebastião Caboclo Sete Flechas da Jurema UMBANDA DA NATUREZA

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Oxun

Oxun

OXUM senhora das águas cristalinas e que comanda as águas doces, na figura das cachoeiras, das nascentes, regatos e igarapés e dos rios representando a força da vida que alimenta cada ser vivente. Oxum é o símbolo do amor, Oxum é a pureza das águas que mata nossa sede e que sustenta nossa vida. Também participa do processo de alimentação de todos os seres viventes deste planeta nos doando a água que alimenta e mantém vivo o planeta e os seres e vegetais que o habitam. Oxum é a força dos mistérios que envolve a lua e a água, e conjuga todas as energias que vem das águas cristalinas e caminham para o encontro com o mar, por este motivo Oxum reina ao lado de Yemanja nas águas doces e nos sete mares. Orixá da fecundidade, revive as deusas lunares de várias mitologias, que simbolizam a terra-mãe. Nada mais lógico do que esse atributo, pois, sendo o orixá da água doce, sem Oxun não existiriam os vegetais. Tudo morreria. Pois são os cursos d'água que irrigam e fertilizam a terra, renovando e perpetuando a vida.

Osun em África é reverenciada como a Herdeira do Égbé Eleéye, a sociedade dos pássaros das Iyámi , por isso denominada de Olóri Eléiye, chefe das donas dos pássaros. É a divindade das fontes, lagos, rios que fertilizam o solo, sendo por isso o Òrisà da fertilidade. É ela quem toma conta do sangue menstrual, da gestação e das crianças até aprenderem a falar, conforme dito “Olùtóju àwon omo”, aquela que olha por todas as crianças.

O d´Òsun máa bè Pedimos e fazemos obrigações com a água do rio

Alá orò (omo ara orò) Para termos filhos

Orò mi máa Minha Obrigação habitual

Orò mi máa ‘yó É feita com alegria

Orò mi màa ‘yó Minha obrigação habitual

Àyaba ‘dò yeye o Para a rainha do rio

Cada denominação de Òsun, bem como dos demais Òrisà, representa passagens ou momentos de sua história e algumas características de sua personalidade associadas aos locais por onde passou. Enquanto Ijùmú tem ligação com as Àjé , Ìpòndá tem ligação com Osálá, Outras denominações: Òpàrà, Ipetú, Abòtò e Iyá Ominíbú, que significa mãedas águas profundas, ou seja, um título e não uma outra divindade:

Ìyá omi níbú Mãe das águas profundas

Omi ro águas que produzem ruídos

Órìsà òrèrè Distantes a grande distância

A linguagem dos cânticos busca analogias para definir melhor os sentimentos, Assim, é lembrado o som das pulseiras de Òsun, representado pelos ruídos das águas correntes dos rios.

Apesar dos diferentes nomes como é chamada, é sempre a mesma Òsun que se apresenta sob diversas formas, enriquecendo o colorido dos seus ritos. È saúdada na festa conjunta das Àyaba, mas seu culto específico é o Ìpètè, ou seja, Òsun come cabra na festa das Àyaba e enxuga a boca no ìpètè. Isto quer dizer que no Ìpètè não há sacrifício, sómente comida seca e por isso mesmo é uma cerimônia menos cansativa. Uma de suas proibições é o pombo, sendo substituído pela pomba silvestre Juriti no Brasil, e na áfrica, pela ave àdaba. Na áfrica o seu metal é o cobre, valioso na época, no Brasil é o ouro, ou metal amarelo, colocado em seus assentamentos.

Seu símbolo é o abèbè , o leque que tem o desenho de um pássaro voando para lembrar que Òsun é Olóri Eléiye , chefe das donas dos pássaros.

Oraiêiê ô!